não é meu.
já foi postado aqui antes.
"então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei,
com a estranha certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.
tudo que sabemos agora é que eu te quero.
você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos.
talvez céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante.
silêncios onde deveria haver palavras,
palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. depois faremos as pazes.
ou não?
você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas
-mãos dadas no cinema,
uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário
passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento.
talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo,
enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato.
talvez, lá adiante:
mas entre o silêcio que pode estar nos esperando então e o presente-você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge uma vez ou outra pelo quarto-,
quem sabe não seremos felizes?
entre a concretude do beijo de cinco minutos atras e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida.
ou duas."
Um comentário:
baah! muito bom!
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