sábado, 6 de outubro de 2007

"Encostou a perna dele na minha.
Me apaixonei.

O ônibus tava cheio, vagou um lugar e ele disse: _Quer sentar? Eu disse que "Não não, pode sentar". - Jamais diria que sim.
E ele:"Não, sentaí"
Então eu fui, pensando "'óun, que amor que tu é, transa comigo"
Ele ficou escorado num outro banco, lendo um livro.
Bah, achei tão bonito aquilo.
Ele ali em pé, o ônibus em movimento sem parar, e ele lendo tranqüilamente.
Ah, adoro mãos, e as dele chamavam atenção.
Imagina duas mãos segurando um livro, e ele tinha um anel.
Então eu bem tranquila olhando as mãos do cara, e de repente estas foram abaixando, abaixando, e quando eu vi tavam arrumando o cós da calça.
Amo quem inventou o cós da calça.
Dessa vez eu tava super inocente na história, porque meus olhos foram levados pra lá.
Nossa, quase que eu disse "Ai moço, não faz assim com as pesso-o-as..."
Daí a mulher do meu lado levantou e saiu do ônibus, e então o bonitinho sentou no lugar dela.
Eu não vi o nome do livro, mas ele tava num capítulo que dizia "(...)o futuro com humanidade." Pensei "Ele quer mudar o mundo, eu também. Que lindo que ele é. Certo que é destino."
Sabe que uma hora, eu acho que ele me olhou.
Saca? Visão periférica...
Bom, depois de um tempo ele acendeu a luz do 'parada solicitada', deu uma última olhada e se foooi.
E sabe do que mais? Desceu na parada da minha casa.
Só que, naquele dia, eu tinha que ir até o terminal.
Gastei mais alguma fração de segundo pensando nisso.
Depois eu achei ele um idiota.
Devia era ter pegado o lugar de uma vez e me convidado pra sentar no colo dele.
Putz, tem cada um que até parece dois, viu."


SHEILA, JÁ DISSE QUE TU É DE-MAIS?

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